Universíade 2023 — Seleção sub-26 brasileira de basquete
*As imagens abaixo não são minhas propriedades e, ao utilizá-las não tenho nenhum interesse comercial*
No dia 28 de julho deste ano se iniciam os Jogos Mundiais Universitários, na cidade chinesa de Chengdu. O torneio antigamente chamado de Universíade é um evento organizado pela Federação Internacional do Desporto Universitário, a FISU.
A cada 2 anos a competição poliesportiva acontece em 2 versões, uma de verão e outra de inverno. A última edição deveria ter acontecido em 2021, mas devido à pandemia do COVID-19 foi adiada para este ano.
Sendo assim, no próximo mês teremos a 30ª edição desse campeonato, que é bem reconhecido no oriente, mas ainda pouco comercializado no mundo ocidental.
Normalmente é uma competição sub-25. Por causa do adiamento da última edição, este ano será sub-26 (1997).
Apesar de pouco divulgado, é um torneio de alto nível e excelente para o basquete brasileiro estar voltando a participar, já que nas últimas 2 edições (2019 e 2017) isso não aconteceu.
Os grupos deste ano são:
A — Brasil, Lituânia, Taipei e China
B — Argentina, Croácia, Romênia e Mongólia
C — EUA, Tchéquia, Japão e Polônia
D — Finlândia, México, Coréia do Sul e Azerbaijão
e no feminino
A — Japão, Argentina e Hungria
B — Brasil, Eslováquia, Taipei e Tchéquia
C — Finlândia, Romênia e EUA
D — Polônia, México, Portugal e China
Histórico do Brasil
Não é fácil encontrar registros sobre a competição, portanto não tenho informação de quantas vezes participamos no basquete. Nas 29 edições já realizadas, subimos ao pódio 4 vezes:
- Campeão em 1963 (3ª edição)
- Terceiro lugar em 1967; EUA campeão (5ª edição)
- Terceiro lugar em 1973; EUA campeão (7ª edição)
- Terceiro lugar em 1997; EUA campeão (18ª edição)
Apenas 6 nações foram campeãs no basquete masculino. Os Estados Unidos possuem 15 títulos, seguidos pela Sérvia (incluí títulos da Iugoslávia e Sérvia & Montenegro) e pela Rússia (incluí URSS), ambos com 5. A Lituânia ganhou 2 vezes. Canadá e Brasil conquistaram o torneio uma única vez. Os americanos só ficaram fora do pódio em 6 ocasiões.
Pegando um histórico mais recente, nas últimas 5 edições tivemos quatro campeões diferentes (EUA 2x; Lituânia; Sérvia e Rússia).
Nível da competição
Não é uma prioridade para as federações, isso é fato. Não deixa, porém, de ser um torneio de alto nível. Allen Iverson, Tim Duncan e Ray Allen foram campeões em 1995. Maya Moore e Tina Charles também em 2009. Não é raro ver talentos de nível NBA e WNBA em quadra.
Os americanos, porém, ultimamente têm enviado times realmente universitários, em vez de uma seleção de fato (como foi no GLOBL Jam sub-23 ano passado). Isso inclusive pode explicar a sequência recente de insucessos que obtiveram.
O que não quer dizer, entretanto, que são times fracos. A fortíssima Universidade de Kansas, por exemplo, representou os americanos em 2015. Foram campeões contra a Alemanha de Maodo Lo, hoje armador da seleção adulta e do Alba Berlin na Euroliga.
Este ano, a Universidade de Tulane será os Estados Unidos no torneio masculino.
Quem pode estar no time do Brasil?
Pergunta difícil. Não tivemos quase nenhuma divulgação sobre possíveis direcionamentos que a CBB vai adotar, nem mesmo sobre quem será o técnico. Resolvi me apoiar em alguns critérios para listar possíveis nomes que podem pintar nesse torneio.
1- Quem o Brasil costuma levar: Cristiano Felício, Scott Machado, Lucas Bebê, Lucas Mariano, Lucas Dias, Léo Meindl, Gui Deodato, Elinho Corazza, Antonio Elpídio e Léo Demétrio são apenas alguns exemplos. Jogadores que tiveram oportunidade na seleção adulta principal e alguns até na NBA.
Com isso, entendo que o Brasil não tem histórico de deixar de mandar o melhor talento disponível na categoria.
2- Declaração do diretor de basquete masculino da CBB: “A disputa dos Jogos Universitários por uma equipe sub-26 masculina é importante demais. Sempre digo que todo o atleta precisa de hora de voo. E essa competição é de alto nível. Por isso, é a chance de termos atletas mais jovens ganhando essa bagagem internacional, tendo a chance de jogar contra Seleções fortes e se desenvolverem já pensando no ciclo de Los Angeles 2028” — Diego Jeleilate
Corroborando com o primeiro critério, damos muita importância para esse torneio.
3- Choque de calendário: A competição acontecerá a partir de 28 de julho. A Copa do Mundo adulta acontece a partir de 25 de agosto. A Universiade, portanto, coincide com o provável início do período de preparação da seleção adulta.
Além disso, a Universíade também coincide com a NBA Summer League, o que deverá ser prioridade para alguns nomes que poderiam estar no grupo.
Outro ponto seria a indisponibilidade para jogadores em período de preparação para a temporada do basquete universitário americano. Temos ótimos nomes que talvez não consigam a liberação de suas equipes.
O que não esperar
Descartaria sem dúvidas Yago Mateus (99'), Didi Louzada (99') e Gui Santos (02'). Não só por que estarão se preparando com a seleção adulta para a Copa do Mundo, mas também por terem um nível já bem elevado pro torneio.
Gabriel Jaú (98') também pode estar nesse bolo, mesmo que eu ache que existe um mundo em que ele não irá pra Copa do Mundo. Caio Pacheco (99') e Timothy Soares (97') idem.
Márcio Santos (02') e Mãozinha (00') também não devem estar na equipe, já que ambos tendem a participar da Summer League da NBA.
Quanto aos jogadores no college americano, meu palpite é que Augusto Cassiá (02' — Butler), Léo Colimério (01' — Fresno State) e Bernardo Silva (00' — Hawaii) não estarão.
Augusto teve um período de lesão e acabou de chegar na forte universidade de Butler, imagino que a prioridade seja estar 100% para o início da temporada.
Colimério e Bernardo não foram convocados para o GLOBL Jam sub-23 ano passado, então imagino que ou estão fora do radar (o que acho difícil), ou tiveram problemas relacionados à liberação de suas equipes.
Temos bons jogadores em universidades menos badaladas, penso que esses possam ser liberados com mais facilidade e irei mencionar mais abaixo.
Comissão técnica
Walter Roese (NBA Academy LATAM), José Neto (Seleção Adulta Feminina) e Gustavo de Conti (Seleção Adulta Masculina) foram os três últimos técnicos do Brasil nesse campeonato.
Naturalmente, penso nos auxiliares técnicos da seleção principal. Se não fosse coincidir com a Copa do Mundo acredito que seria improvável que fugisse deles.
Descartaria para a Universíade, portanto, Helinho Garcia, Vitor Galvani e Tiago Splitter (seria o técnico se não fosse o choque de agenda, eu acredito).
Dito isso, penso que existam alguns nomes fortes:
David Pelosini: técnico do Pinheiros no NBB, David foi extremamente vencedor na base do basquete nacional. Arrisco dizer que foi quem mais teve sucesso nessa geração 97/98, a mesma da Universiade deste ano. David levou a seleção brasileira de volta ao mundial sub-19 em 2016 (98), quando conquistou o bronze na copa américa sub-18. Infelizmente, a CBB foi punida pela FIBA neste período e não jogamos o mundial. Hoje, David faz um trabalho muito bom, com um time de jovens e longe do nível de recursos de Flamengo e Franca. Seria minha escolha.
Fernando Pereira: assistente de Gustavo De Conti no Flamengo, Fernandinho foi campeão sul-americano sub-17 em 2019 (02'). É mais um que poderia ter ido para um mundial sub-19. Infelizmente a pandemia arruinou aquele ciclo. Além de ter relação direta com Gustavinho e Diego Jeleilate, é um excelente treinador e pode acabar sendo escolhido.
Léo Figueiró: acredito que existe a possibilidade de assumir esse time pois foi o último técnico da seleção brasileira sub-21, campeã sul-americana em 2019. Léo se relaciona muito bem com jovens. Por ter acabado de trocar de time no NBB, penso que não será nosso coach nesse torneio.
Demetrius Ferraciú: técnico do Paulistano no NBB. Por trabalhar num time que prioriza a formação de jovens e por seu histórico na CBB, é um nome forte também.
César Guidetti: já foi técnico interino da seleção adulta, e também técnico de seleção brasileira sub-21.
Jece Leite: coach do Pato Basquete. Comanda um time sem orçamento muito grande e com muitos jovens. Tem dado trabalho pros grandes do NBB ano após ano.
Léo Costa: técnico do Minas Tênis Clube que tem feito ótimo trabalho no NBB.
E os jogadores?
Agora sim, finalmente, listarei alguns nomes por posição. É válido dizer que apesar de ser um torneio sub-26, os jogadores começam a ficar muito nivelados a partir de um momento de sua formação. Então, não me prendi apenas àqueles nascidos em 1997/98. Reynan (04'), por exemplo, esteve no GLOBL Jam (99') ano passado.
Reforço que são especulações minhas. Concluí que jogadores com um mínimo destaque no NBB é um denominador comum para esse torneio, portanto é um padrão que será seguido com poucas exceções.
Por regulamento da competição, o atleta deve ser estudante universitário em instituição pública ou privada, e estar com vínculo regular de estudante no período vigente ou ter graduado há 1 ano, para participar do torneio. Como não faço a menor ideia de quem se encaixa nesse perfil, vou ignorar esse fato.
Armadores
Felipe Ruivo (Pinheiros-1998-1.87)
O armador retornou ao seu clube de formação após três temporadas no Paulistano. Com médias de 10.6 pontos, 7.1 assistências e 14.3 de eficiência em 38 partidas, Ruivo foi de extrema importância para o Pinheiros. É um cara que melhora o time demais, mesmo “precisando” da bola na mão a maior parte do tempo.
Augusto Cabral (São José dos Campos-1998-1.84)
Após 3 temporadas no Pato Basquete, Augusto estreou na equipe do União Corinthians na última temporada com 14.4 pontos, 3.2 assistências e 13.1 de eficiência em 32 partidas. Subiu de nível na segunda metade do NBB em minutos em quadra e bolas de 3 convertidas, passando a ser um ótimo líder do time. Recém contratado pelo São José, terminou a temporada em alta.
Gemadinha (Brasília-1997-1.81)
Gemadinha teve 2 ótimas temporadas em sequência por equipes diferentes. Na última, pelo Brasília, foram 16.9 pontos, 3.9 assistências e 13.3 de eficiência. Não sou um grande entusiasta do jogo dele, mas é inegável que tem conseguido desempenhar bem no NBB. Tem muito volume de jogo e um sistema que o prioriza. No sistema do Brasília, fez uma função talvez até mais de escolta, mas não acho que seja ideal.
Gabriel Campos (Corinthians-2001-1.80)
Gabriel saiu do Pinheiros após 4 temporadas para integrar a equipe do Corinthians. Suas médias em 30 jogos foram de 7.7 pontos, 3.8 assistências e 8.6 de eficiência. Não gostei da temporada dele. Entendo que foi a primeira experiência em outro clube, fora de uma zona de conforto. Mas, de maneira geral não consigo me entusiasmar com ele como a maioria. Esteve entre os 12 do GLOBL Jam sub-23 no ano passado, e com Yago e Caio Pacheco no time, acabou tendo poucas chances.
Adyel Borges (Pinheiros-2002–1.88)
Adyel trocou o Franca pelo Paulistano na temporada passada, onde teve um salto produtivo muito grande. Com muito volume de jogo, anotou 12.9 pontos, 3.6 rebotes e 3.4 assistências em 39 partidas disputadas. Para a próxima temporada, trocou o CAP pelo Pinheiros. Ótimo arremessador, bom passador e defensor, Adyel é promissor e acrescentará outras camadas em seu jogo no novo clube, com certeza.
Cassiano Bueno (Rio Claro-1997–1.89)
Em 8 temporadas no NBB, Cassiano teve sua melhor versão na última. Com 11 pontos e 3.9 assistências de média, foi jogador importante do Rio Claro. Jogador equilibrado, que ajuda nos dois lados da quadra.
Matheus Buiú (Paulistano-2001-1.89)
Com poucos minutos em quadra, Buiú está aos poucos sendo introduzido na rotação do CAP. Suas médias de 3.2 pontos em 8.2 minutos nos 37 jogos não são chamativas, mas é um ótimo projeto pra ficar de olho. Gostaria de vê-lo mais presente nas assistências, coisa que na recém iniciada LDB ele já mostrou melhora. Diria que corre por fora para a Universíade.
Escoltas
Daniel Onwenu (Corinthians-2002-1.98)
Daniel fez sua estreia no NBB na última temporada. Oficialmente, já havia estreado pelo CAP antes, mas foi relacionado apenas para um jogo e ficado só 3 minutos em quadra. Assim, foi muito bem para sua primeira temporada de fato. Seus 5.4 pontos por jogo (33 partidas) não são chamativos, mas ele não era uma prioridade para o Timão no início da temporada, com Devaunta Thomas, Zach Graham, Cauê Borges e Isaac sendo prioridades. Esteve em seleções de base, NBA BWB e recentemente no Adidas Eurocamp. Onwenu estava inscrito do Draft deste ano, mas acabou retirando o nome. A Universíade é uma ótima oportunidade para ele.
Andersson Barbosa (Paulistano-2000-1.92)
Em sua 5ª temporada no NBB, Andersson obteve 6.6 pontos, 4.6 rebotes e 7.3 de eficiência em 40 partidas. Esperava um salto maior, especialmente ofensivamente. Não tenho dúvidas do impacto defensivo que ele já tem e continuará melhorando. Foi titular no GLOBL Jam ano passado, com mérito. Minhas ressalvas são só no ataque mesmo, não tem um chute confiável, não é bom passador e acho as tomadas de decisão inconstantes.
Jonas Buffat (Pinheiros-2000-1.97)
Buffat obteve 10.3 pontos, 3.7 rebotes e 10.1 de eficiência em sua 4ª temporada no NBB. Principal ponto de atenção que destaco é a inconstância. Gosto da liderança que ele já apresenta ter e pondero que nas últimas temporadas teve que dividir minutos de quadra com nomes fortes como Rafael Munford, Gui Abreu e Dominique Coleman. É um bom defensor e o fato de não ter tido tempo de quadra no GLOBL Jam ano passado me surpreendeu. Opinião talvez impopular: acho Jonas um prospecto melhor que o Andersson.
Reynan Santos (SESI Franca-2004-1.94)
Reynan tem apenas 19 anos, mas já tem maturidade o suficiente para estar nesse grupo. Não à toa, esteve no GLOBL Jam ano passado com papel importante saindo do banco. Estará com a seleção brasileira sub-19 no mundial da categoria até o início do mês de julho, acredito que possa emendar com o Universíade, o que seria excelente para dar continuidade a uma sequência que ele precisa ter, já que não foi tão utilizado no NBB.
Pedro Nunes (Corinthians-2000-1.91)
As lesões atrapalharam Pedro nos últimos anos, mas trata-se de um bom valor. Fisicamente forte, está listado com 1.91m de altura, mas aparenta ser mais alto. Retornou de lesão na segunda metade da temporada e não pôde mostrar muita coisa (jogou só 8 partidas). Destaque nas categorias de base do Joventut Badalona, não conseguiu se encontrar em território brasileiro ainda. Gostaria de vê-lo como prioridade em algum sistema com mais liberdade pra ele, o que não vejo acontecendo no Corinthians.
Daniel Von Haydin (Cerrado-1999–1.95)
Em sua terceira temporada no NBB pelo Cerrado, Von Haydin obteve 10.4 pontos, 4.7 rebotes e 2.5 assistências. Ótimo chutador, também esteve presente na seleção brasileira 3x3. Vem sendo mais importante pra sua equipe a cada temporada.
Alas
Rafael Munford (Pinheiros-1998-1.98)
Em sua terceira temporada no NBB, Munford anotou 15.6 pontos, 7.1 rebotes e 16.6 de eficiência. Não conseguiu contribuir tanto nos playoffs, mas foi durante toda a temporada um cara muito importante no time, tendo impacto nos dois lados da quadra. Gosto bastante do jogador que têm se tornado e vejo na Universíade uma ótima oportunidade para o Munford, mas acho que já está num nível acima.
Guilherme Abreu (Paulistano-1999-2.01)
Gui é um ala versátil, pontua em qualquer lugar da quadra e é um bom defensor. Não gosto tanto dele como primeira opção no ataque, mas pode vir a ser esse cara num futuro. Após trocar Pinheiros por Paulistano, obteve médias de 12.1 pontos, 5.5 rebotes e 14.3 assistências na última temporada.
Rafael Rachel (Unifacisa-2000-2.05)
A decisão de trocar o Flamengo pelo União Corinthians no meio da última temporada foi muito acertada. Rachel precisa começar a ter oportunidade no NBB em algum time. Com atributos físicos excelentes para se tornar um sólido jogador na seleção brasileira adulta, Rachel anotou 7.1 pontos e 4.8 rebotes pela última equipe e acabou de ser contratado pela equipe da Unifacisa. Esteve na equipe do GLOBL Jam ano passado, onde foi importante em alguns jogos e ficou zerado em outros. Precisa de uma sequência pra que encontre uma constância.
Danilo Penteado (Pinheiros-1999-2.01)
Danilo cresceu em todas as estatísticas na temporada passada. Com 5.1 pontos e 3 rebotes por partida, não é aquele cara que vai ser destaque, mas tem uma compreensão de jogo muito boa e entende seu papel. Bom defensivamente, jogou menos de 15 minutos por partida. É um nome interessante saindo do banco.
Alas-pivôs
Victão (Paulistano-1997-2.03)
Victão anotou médias de 10 pontos, 5 rebotes e 11.3 de eficiência em 40 partidas na última temporada. Com ótimo arremesso, teve presença sólida na rotação do CAP. Agrega ofensiva e defensivamente.
Lucas Siewert (São Paulo-1997–2.08)
Siewert acabou de fazer apenas sua terceira temporada no basquete nacional. Após um ciclo na Universidade de Colorado, jogou 2 anos no Corinthians. Esse ano, jogou menos minutos, pontuou menos e pegou menos rebotes. É capaz de ser um destaque num dia bom, mas quando a bola de perímetro não cai, ele tende a não ter impacto positivo nenhum. Bem comum fazer um jogo de 20+ pontos e no seguinte não passar de 10. Suas médias foram de 8.7 pontos e 3 rebotes.
Edu Marília (SESI Franca-2001–2.08)
Pouco utilizado no atual campeão do NBB, Edu esteve lesionado por um tempo. Sua versatilidade faz com que tenha potencial de contribuir nos dois lados da quadra.
Paulo Scheuer (Brasília-1999–2.01)
Scheuer angariou médias de 10 pontos, 6 rebotes e 11.2 de eficiência em 28 jogos disputados. O jovem tem sido constante e é talentoso para ser um jogador sólido no Brasil.
Brunão (Paulistano-2002–1.97)
Brunão sofreu com lesão nessa temporada, o que dificultou a sequência que vinha tendo na equipe paulistana. Suas médias acabaram não crescendo de uma temporada pra outra, na última obteve 5.8 pontos e 3.3 rebotes em 28 partidas. Essa, porém, foi apenas sua segunda temporada no NBB.
Rodolfo Bolis (Eastern Illinois-2003–2.03)
Rodolfo teve um ciclo na base do Pinheiros e NBA Academy, até chegar na Universidade de Eastern Illinois. Como calouro, foi bem aproveitado, jogando 30 minutos por jogo e com 6 pontos e 5 rebotes de média em 29 partidas. Na última temporada, porém, jogou apenas 10 jogos, com média de 2 pontos. Não tenho informação se esteve lesionado. Fato é que é extremamente talentoso, agressivo nos rebotes e muito eficiente perto da cesta, com arremesso de perímetro razoavelmente bom.
Kayo Gonçalves (Iskra Svit-1999–2.03)
Na Copa América sub-16 de 2015 (99'), o destaque brasileiro na competição foi Kayo. Cria do Flamengo que migrou pro basquete universitário americano, hoje joga na Eslováquia. Em 35 jogos na última temporada, teve 15.5 pontos, 7.4 rebotes e 36.4 minutos em quadra de médias. Com ótimo arremesso, gostaria de vê-lo mais perto do radar.
Pivôs
Ruan Miranda (Paulistano-2001–2.06)
Destaque na equipe do Cerrado, a qual defendeu nas últimas duas temporadas no NBB, Ruan anotou 15.4 pontos, 8 rebotes e 17.2 de eficiência em 31 partidas jogadas. Esteve no GLOBL Jam ano passado e jogou o Campeonato Mundial 3x3 esse ano. Ataca o aro de forma agressiva e eficiente, com uma presença forte no garrafão.
Dikembe André (Pinheiros-1999–2.06)
Três vezes MVP da LDB, Dikembe esteve nas últimas 2 temporadas no Pinheiros. Em 22–23, obteve 10.5 pontos e 8 rebotes em 38 partidas disputadas. Peca na tomada de decisão, mas tem evoluído nesse sentido. Grande e forte, é capaz de fazer o trabalho sujo no garrafão. No ataque, usa mais a força do que qualquer outra coisa.
Vinícius Lúcio (Sant Antoni Ibiza-2001–2.14)
O gigante com passagem de destaque na categoria de base do Joventut Badalona, retornou ao basquete espanhol na temporada passada. A notícia não tão boa é que joga na terceira divisão. Em 27 partidas, teve médias de 13.3 pontos, 7.3 rebotes, 1.6 tocos, 27.3 minutos e 64% de aproveitamento nas bolas de 2. Potencial existe, mas é preciso mais paciência.
Anderson Rodrigues (Bauru-1997–2.07)
Anderson anotou 8.3 pontos e 5.1 rebotes em sua última temporada no NBB. Pessoalmente, não me agrada tanto. Não tem um jogo de frente pra cesta, e de costas pra cesta não tem refino suficiente pra aproveitar suas vantagens físicas. Acho também que 5 rebotes por partida é pouco para um cara do tamanho dele e que joga exclusivamente na posição 5 lá embaixo.
Zé Carlos (Cruzeiro-1997–2.01)
Zé Carlos foi MVP do último Brasileirão, com 13.8 pontos, 10 rebotes e 20 de eficiência em 20 partidas. Foi campeão sul-americano com a seleção brasileira sub-21 em 2018. Obviamente, o Brasileirão não tem o nível do NBB, mas Zé Carlos teve pouca oportunidade na liga principal. Em 3 temporadas (2x Mogi e 1x Brasília), esteve em quadra 46 vezes, com 6 minutos de média, somente.
Gabriel Novaes (Pato Basquete-2001–2.10)
Após passagem no basquete argentino, Novaes anotou 9 pontos e 4.6 rebotes em sua temporada de estreia no NBB. Pivô móvel e com arremesso em evolução, gosto do que oferece em quadra.
Outros nomes
André Barbosa (Paulistano-2002–2.13): Em sua terceira temporada no NBB, Andrezão jogou mais partidas (38), mas pontuou menos e manteve-se com 2.8 rebotes. Pode vir a ser um pivô impactante nos dois lados da quadra e precisa de mais oportunidades.
Malachias (União Corinthians-1999–2.09): Com 5.8 pontos e 2.7 rebotes, é um jogador que foi tendo mais oportunidades no decorrer do NBB, melhorando todos os seus números.
Rafael Alberton (Kedainai Nevezis-2001–2.13): Rafael teve um ciclo no Sogipa-RS e no basquete alemão, antes de chegar à Lituânia, onde esteve na última temporada. Teve 2 pontos de média em 15 jogos disputados. Por ter estado na convocação para o GLOBL Jam ano passado, penso que possa pintar também no Universíade.
Alex e Lucas Dória (Paulistano-1997–2.03): Irmãos com jogo similar, são capazes de fazer o trabalho pesado no garrafão, correm bem a quadra e foram peças interessantes na rotação do CAP na última temporada.
Matheus Silveira (Rollins College-2000–2.13): Matheus teve passagem discreta pela Universidade de Portland, antes de chegar no Rollins College. Em 22–23, jogou 28 partidas e obteve médias de 12.6 pontos e 4.9 rebotes. Jogou a Copa América sub-16 em 2015 (99').
Victor Baffuto (University of Lousiana Monroe-1998–2.08): Em 32 partidas disputadas em 2022–23 na NCAA, Baffuto anotou 7.3 pontos, 6.9 rebotes e 2.3 tocos por jogo. Esteve na conquista da medalha de bronze com a seleção brasileira na Copa América sub-18 em 2016 (98').
Malik Wade (California Baptist-2001–2.03): Em 23 jogos, jogou 10.3 minutos de média, anotando 2.7 pontos e 2.9 rebotes. Com 62% de aproveitamento, joga perto da cesta. Participou do NBA Without Borders e esteve por um período na NBA Academy.
Jon dos Anjos (UTEP-1998–2.03): Esteve lesionado na última temporada. Jogou 19 partidas, com médias de 4.2 pontos. Jonathan tem passagem na categoria de base do Flamengo.
João Chagas (Utah Valley-2003–2.08): Com passagem pelo Palmeiras, João estava na NBA Academy LATAM antes de chegar à Universidade de Utah Valley. Não jogou na temporada passada, aparentemente se lesionou.
Bônus: Equipe feminina
Não tenho acompanhado de perto, mas é uma grande oportunidade para reunir ótimos talentos que se destacaram no basquete feminino do Brasil nos últimos anos.
Iza Nicoletti (99') foi a líder do Brasil na Copa América sub-16 em 2015, na qual derrotamos os EUA e só perdemos a final pro Canadá na última bola numa prorrogação. Iza sofreu muito com lesões em sua carreira universitária e poderia retornar ao radar através da Universiade. Atualmente, joga na Fairfield University e na última temporada anotou 8.5 pontos, 3 assistências e 5 rebotes em média, com 27 partidas disputadas.
Isadora Sousa (00') é armadora na universidade de Arizona State, teve média de 3.3 pontos na última temporada.
Sara Rodrigues (Oklahoma State), e a dupla de Baylor, Letycia Vasconcelos e Catarina Ferreira são outros destaques no basquete universitário americano.
Fora isso, talentos da LBF como Manu Oliveira, Brenda Bleidão, Maria Paula Albiero e até Aline Moura também têm idade para jogar o torneio.
Podemos montar uma equipe forte e dar rodagem para muita gente promissora.
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